sábado, 9 de junho de 2012

do potencial usuário

Para desenvolver uma linha de papelaria para Cooperunião, é necessário entender quem é potencial comprador desse tipo de produto e quem a cooperativa tem interesse em atingir.
Os atuais produtos de papelaria produzidos pela Cooperunião já tem um público definido: mulheres. Os cadernos e agendas feitos têm características femininas, com o uso de flores com finalidade ornamental. Entretanto, a cooperativa relatou problemas quanto à venda desses produtos na feira da torre, apesar de não saber ao certo o porquê disso.
As possíveis causas desses problemas são:
estilo: os produtos podem não agradar o público alvo por não serem visualmente agradáveis.
preço: as agendas tamanho a5 custam R$25,00 – preço compatível com o de um produto concorrente industrializado. O público alvo pode achar caro ou não ver vantagem em adquirir a agenda da feira ao invés de uma agenda de loja.
exposição do produto: não há estratégias de promoção do produto frente a tantos outros que competem a atenção do público no box da feira da torre.
inovação: os produtos não são inovadores, frente aos concorrentes diretos (cadernos e agendas feitos por um processo de manufatura).

Assim, pretendo trabalhar com o mesmo público, entretanto, segmentando-o mais a fim de entender mais profundamente como o atingir. Dessa forma, buscarei resolver os problemas de estilo com mais embasamento na realidade do potencial usuário e seu estilo. Além disso, o produto deverá ter algum diferencial que lhe dê vantagem competitiva frente a seus concorrentes e que agregue mais valor, justificando o atual preço. Por fim, será necessário atuar também com ações de marketing e publicidade do produto.


Os potenciais usuários da linha de papelaria a ser projetada são:
• mulheres
• jovens
• das classes sócio-econômicas A, B e C1 (de acordo com a ABEP) – não necessariamente com renda própria
• residentes em Brasília ou turistas
• fazem atividades que requerem o uso do produto (escola, cursinho, faculdade) ou gostam de itens de papelaria


Para melhor compreensão do público alvo, fiz um painel de estilo de vida:

Painel de estilo de vida



























da definição do projeto

Conforme havia postado, para Manzini, existem duas possibilidades da participação do designer em uma comunidade: projetando para e projetando em. Depois de estudos e leituras, que me ajudaram a compreender melhor a disciplina, e da visita à Cooperunião, pude definir melhor o escopo do meu projeto.


Estudando as possibilidades de trabalho com a Cooperunião, enxerguei 3 possíveis caminhos a seguir:
1) desenvolver produtos com base na flor;
2) desenvolver melhor a linha de papelaria;
3) criar outro produto utilizando sacos de cimento.

A primeira possibilidade não me pareceu muito atrativa, a partir do momento em que conheci melhor a história da Cooperunião e percebi que a flor é um case de sucesso na cooperativa, sendo que meu papel seria otimizar uma solução que já dava certo.
A terceira possibilidade foi a que mais me chamou atenção no início de todo o projeto. Entretanto, me preocupo com o cronograma e com o tempo que escolher essa frente pode demandar em termos projetuais, sendo o material muito específico e peculiar. Seriam necessárias várias etapas de experimentações, protótipos e testes, para que o resultado fosse um produto que a comunidade, de fato, pudesse passar a comercializar.
Passando então para a segunda possibilidade, percebi que era a mais viável para o contexto.
Quando conheci a cooperativa, Maria me falou que o grupo de artesãs estava com dificuldades em criar linhas de papelaria e que essa era a principal demanda que elas tinham. Decidi que meu papel frente à comunidade com a qual estou trabalhando, em um primeiro momento, seria melhor aproveitado se eu tiver projetando em, ou seja, agindo como uma facilitadora para que ideias se transformem em soluções.

Sendo assim, meu projeto consiste em desenvolver linha de papelaria para a Cooperunião.

A partir de um projeto definido, já posso tirar alguns requisitos de projeto das etapas anteriores:
• preservar as características de identidade da cooperativa;
• utilizar sacos de cimento como material destaque e diferencial nos produtos;
• inserir a Cooperunião no processo;
• otimizar o sistema de produção, gerando o mínimo de resíduos possível, por meio de produtos sustentáveis;
• ser acessível à cooperativa, em termos de produção, utilizando ferramentas que ela já possui.