quarta-feira, 23 de maio de 2012

do papel

Como falei antes, meu trabalho consiste em projetar em/para uma comunidade aqui de Brasília, a COOPERUNIÃO – Cooperativa de Trabalho e Produção das Pessoas Unidas de São Sebastião*, que desenvolve produtos a partir do saco de cimento. Hoje mais tarde, terei a oportunidade de conhecer o grupo e entender a fundo o trabalho da cooperativa.

Enquanto isso, estudar sobre o papel se faz necessário, já que é o principal material com o qual trabalharei ao longo do projeto.

Um breve histórico do papel pode ser acessado por este link. Sucintamente, ele teve sua origem na China, quando misturou-se cascas de árvores com trapos de tecidos. Depois de molhados, essas substâncias eram batidas até formarem uma pasta, que era colocada em peneiras, permitindo que a água escoresse. Em seguida, a mistura secava, formando uma espessa e texturizada folha de papel.

Ainda hoje essa técnica é utilizada, quando se pretende reciclar papel caseiramente:
Passo a passo da reciclagem de papel caseira






















Com o passar do tempo, a técnica se aprimorou. Hoje, existem vários tipos de papéis, cada um com suas respectivas especificidades. Na hora da reciclagem, é importante separar esses papéis, de acordo com suas características. A indústria gráfica chama de aparos as sobras de papéis resultantes de suas produções. Esses aparos são vendidos para uma recicladora, que fará a classificação dessas sobras, de acordo com a normatização feita pela ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. A classificação pode ser encontrada neste site.

Para o meu projeto, é interessante aprofundar-se no papel do saco de cimento. Ele é classificado como KRAFT III, segundo a NBR-15483 da ABNT. Esse tipo de papel é caracterizado por ser multifolhado.
Os papéis do tipo kraft são aqueles cuja matéria prima são fibras vindas de polpas de madeira macia. O papel kraft é a matéria prima do papelão ondulado.

O papel kraft multifolhado é utilizado para armazenar cimento, porque permite o enchimento da embalagem com o material ainda bastante aquecido (não atrapalhando o fluxo de produção), além de ser barato. Assim, ele não é o material ideal em termos de impermeabilidade – diferente do que se imagina. O plástico, teoricamente, seria o material mais adequado para embalar o cimento, por suas propriedades impermeabilizantes. Entretanto, a linha de produção seria bastante afetada, já que esse material não suporta o altíssimo calor do cimento no momento da embalagem.


* Achei a COOPERUNIÃO num blog de uma outra cooperativa, que contava sobre o trabalho daquela. :)

Outros links consultados:
Associação Brasileira de Cimento Portland
Como fazer papel
História do papel
Reciclagem industrial I
Reciclagem industrial II
Video – reciclagem de papel